O coronavírus e suas consequências econômicas, tecnológicas e sociais
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(*) Luiz Alberto Araújo – Médico Urologista e superintendente do Hospital Maria Lucinda
Desde março, o mundo se deu conta de que nenhum país, nem mesmo as grandes potências, detém a imunidade e a invulnerabilidade frente a uma pandemia. O coronavírus teve origem na China, espalhou-se pela Itália, Espanha, Reino Unido e, posteriormente, por todo o continente europeu e o asiático, além das Américas. Vem destruindo economias estáveis, causando modificações profundas nos costumes e uma mortalidade só vista na gripe espanhola, que ocorreu no início do século XX, logo após a Primeira Guerra Mundial, quando o mundo se encontrava fragilizado, sem reservas econômicas e com uma medicina com base empírica, antes mesmo da descoberta da penicilina.
Em pleno século XXI, a despeito de todas as tecnologias avançadas, dos computadores com inteligência artificial, da internet, da medicina com centros de terapias intensivas e respiradores, monitores, gasímetros e fisioterapia respiratória, das cirurgias robóticas e das redes de celulares conectados, etc., o COVID-19 tem sido uma tragédia “inesperada”. Por mais que a medicina e a tecnologia tenham avançado nos últimos tempos, países como Alemanha, Inglaterra, França, Estados Unidos e Brasil têm registrado índices de contaminação e mortalidade alarmantes, o que deixa claras a fragilidade e a insignificância do ser humano frente ao poder da natureza.
É tempo de fazermos reflexões sobre tudo isso, é tempo de mudarmos não só nos costumes como já estamos observando, mas também no olhar para as desigualdades sociais, as vulnerabilidades dos “diferentes”, é tempo de combatermos intimamente nossos preconceitos em busca de um mundo mais equânime, mais tolerante e mais justo.